Infância e Juventude
Martinho Lutero nasceu em Eisleben, Saxônia-Turíngia, na Alemanha, no dia 10 de novembro de 1483. Filho de um mineiro foi criado com uma educação rígida e centrada nos preceitos católicos.
Cedo, aos 5 anos, Lutero começou a estudar Latim em uma escola local. Já aos 12, foi aluno de uma escola de irmandade religiosa em Magdeburgo depois de estudar em Magdeburgo, em 1501 ingressou na Universidade de Erfurt, onde obteve o grau de bacharel em Artes, em 1505. Com 22 anos se prepara para ingressar na faculdade de Direito, mas durante a viagem, uma inesperada tempestade o alcançou no meio do caminho e ele quase foi atingido por um raio. Com medo, faz uma promessa de que ele se tornaria um monge se sobrevivesse a tempestade. Depois de estudar teologia durante dois anos, em 1507 ordena-se padre, e no dia 2 de maio reza sua primeira missa. Em seguida, Lutero deixou o Mosteiro para ensinar filosofia moral na universidade de Wittenberg. Até que em 1510, sete mosteiros da ordem Agostiniana tiveram uma divergência com o seu vigário geral, e Lutero foi escolhido para ir a Roma e defender a sua causa. Juntamente com outro monge, Lutero realizou uma viagem que o marcou definitivamente. Os dois monges viajaram a pé, encontrando alimentação e alojamento em mosteiros ao longo do caminho, já em Roma Lutero sentiu-se chocado com a separação entre igreja e Estado e o baixo nível moral da cidade. Ele tentou mergulhar na intensa religiosidade de Roma, visitando os túmulos dos santos, realizando atos de penitência e assim por diante. No entanto, logo percebeu uma preocupante contradição. Ao observar o Papa, os cardeais e os sacerdotes ao seu redor, não encontrava justiça alguma. Pelo contrário, ficou chocado com a corrupção, ganância e imoralidade. Chamou a sua atenção as maneiras do clero, cuja forma precipitada, superficial e desrespeitosa de celebrar a missa que foram severamente criticados por ele. Até que ainda em 1511 retorna para Erfurt, e ainda no mesmo ano foi transferido definitivamente para Wittenberg e passou a morar no mosteiro agostiniano, a fim de se preparar para ser professor de teologia. Em Wittenberg Lutero lecionou Filosofia Moral, e onde, em 19 de outubro de 1512, aos vinte e nove anos, foi constituído doutor em teologia e, em 21 de outubro do mesmo ano, foi recebido no Senado da Faculdade Teológica com o titulo de “doutor em Bíblia”. E em 1515, foi nomeado vigário de sua ordem tendo sob sua autoridade onze mosteiros. Durante esse período, estudou grego e hebraico, para aprofundar-se no significado e origem das palavras utilizadas nas Escrituras, conhecimentos que posteriormente utilizaria para própria tradução da Bíblia.
As 95 teses
Além de professor, Martinho Lutero ainda colaborava como pregador e confessor na igreja de Santa Maria, na cidade. Também pregava habitualmente na igreja do Castelo de Wittenberg. Foi nesse período que o jovem se deu conta dos problemas que o oferecimento de indulgencias aos fiéis, poderiam acarretar. Naquele tempo, o papa havia concedido uma indulgencia plenária para quem doasse qualquer quantia para a reforma da Basílica de São Pedro. Lutero viu esta venda de indulgências como um abuso que poderia confundir as pessoas e leva-las a acreditar apenas nas indulgencias, deixando de lado a confissão e o arrependimento verdadeiros. Então revoltado com a exploração da ignorância popular Lutero elaborou as “95 teses” escritas em Latim, e no dia 31 de outubro de 1517 as afixo na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg. Essas teses foram logo traduzidas para o alemão e amplamente copiadas e impressas e por isso em pouco tempo já havia se espalhada por toda Alemanha e posteriormente por todo Europa. Depois de dizer Lutero era “um alemão bêbado que escrevera as teses”, e afirmando que “quando estivesse sóbrio mudará de opinião” o Papa Leão X pediu, em 1518, ao professor de teologia dominicano Silvestro Mazzolini que investigasse o assunto. Ele denunciou que Lutero se opunha a autoridade do Papa, quando discordava de suas bulas e além disso declarou que Lutero era um herege e escreveu uma refutação acadêmica às suas teses condenando as teorias de Lutero como um desvio e uma apostasia. Lutero replicou de igual forma (academicamente), dando assim início à controvérsia.
Processo Contra Lutero
"Em junho de 1518, foi aberto o processo contra Lutero, com base na publicação das 95 teses, alegando heresia. Dois anos depois, o papa Leão 10 ameaça puni-lo caso não revogue suas teses, em dezembro de 1520, Lutero queima a bula papal em protesto, além se um livro de leis católicas e várias obras de seus opositores. Depois disso Martinho Lutero rompera definitivamente e irreversivelmente com Roma. Até que em 3 de janeiro de 1521 Leão 10 lança sobre o reformador a maldição da excomunhão. Depois disso ainda no mesmo ano, o imperador Carlos V convocou Martinho Lutero para prestar esclarecimentos durante a Dieta de Worms. Nesse acontecimento, Lutero reforçou o que acreditava e negou-se a abdicar o que havia dito e escrito desde 1517. Após a Dieta de Worms, ele foi autorizado para retornar a Wittenberg, mas acabou sendo condenado por heresia. A participação de Lutero na Dieta de Worms acabou tornando sua mensagem mais popular ainda entre alguns nobres do Sacro Império. Frederico, o sábio ordenou que Lutero fosse capturado por um grupo de homens mascarados a cavalo, que o levaram para o seu castelo localizado em Wartburg, com a intenção de proteger ele de ser morto após a dieta de Worms. Durante esse seu refúgio em Wartburg, Lutero acabou traduzindo a Bíblia para o alemão, fazendo com que os textos sagrados ficassem acessíveis aos fiéis. Ele abandonou o castelo no final de 1521, e voltou para Wittenberg onde continuou realizando sermões e aconselhando fiéis. "
Casamento e Filhos
Em abril de 1523, Lutero ajudou 12 freiras a escaparem do cativeiro no Convento de Nimbschen. Entre essas freiras encontrava-se Catarina von Bora, filha de nobre família, com quem futuramente veio a se casar, em 13 de junho de 1525. Juntos eles tiveram seis filhos: Johannes, Elisabeth, Magdalena, Martin, Paul e Margaretha.
Morte
"Martinho Lutero morreu no dia 18 de fevereiro de 1546, aos 62 anos de idade, por razões desconhecidas. Por toda a sua vida, Lutero teve a saúde debilitada por conta de diversos problemas crônicos, como a doença de Ménière. Acredita-se também que ele tinha problemas intestinais causados por uma enterocolite e que sofria com pedras nos rins."